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HELLRAISER: AMADOS CENOBITAS

"Eu vi o futuro do horror", assim definiu
Stephen King ao assistir o primeiro filme desta série do mestre Clive Barker. A ficção
de Barker, centrada no grotesco, é visceral ao extremo, contendo sexo e violência
explícitos. Ele abusa de sangue, carne destruída e despedaçada, sadomasoquismo e
deformidade física. A obra do escritor britânico é o equivalente literário de filmes
de realizadores tais como David Cronenberg, George Romero, Sam Raimi e Dario Argento;
tudo, enfim, o que há de melhor e pior no gênero. As delirantes fantasias de Barker revelam ao espectador um
universo muito particular, no qual o horror atinge o paroxismo e limites inconcebíveis
mesmo para os adeptos do terror explícito do cinema atual. Produzido pela New World
Pictures e posteriormente pela Dimension Films (o quarto episódio), a partir da novela
The
Hellbound Heart, do próprio diretor, a série não economiza em sequências
repulsivamente sangrentas.
Um dos grandes trunfos da série foi apresentar ao mundo
uma nova galera de monstros repugnantes: os Cenobitas. Vindos diretamente das entranhas do
inferno, são criaturas repugnantes que extraem sua força do lacinante sofrimento da
carne alheia. Os personagens fizeram sucesso entre o público jovem, sobretudo Pinhead, o
líder Cenobita. Presente nos quatro episódios, ele ocupa hoje a mesma galeria de
monstros consagrados que Freddy Krueger e Jason Voorhees.
"As criaturas que são tidas por moralmente
repugnantes, são de fato as que amamos verdadeiramente. Sempre amei os demônios, os
vampiros... É por isso que não gosto de filmes de horror dos anos 50; perde-se muito
tempo esperando o monstro que só aparece nos 10 minutos finais. Eu quero celebrar o
bizarro. Minha intenção é fazer os maiores estragos possíveis na cabeça do
espectador". São palavras do próprio Barker, que talvez expliquem a razão do seu
sucesso. |
Conheça todos os filmes da série:
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HELLRAISER,
RENASCIDO DO INFERNO, Hellraiser, Inglaterra 1987. Direção de Cliver Barker. Com Andrew Robinson, Clare Higgins,
Ashley Lawrence.
Casal volta a habitar a casa da família, abandonada
há anos, nos arredores de Londres. No sótão, estranhos fenômenos ocorrem quando o
antigo morador volta depois de uma temporada no inferno e traz consigo terríveis
criaturas, que aparecem quando se monta um cubo mágico. O filme foi o grande vencedor do
Festival de Cine Fantástico de Avoriaz em 87, um espetáculo de escatologia e
sadomasoquismo.
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HELLBOUND, RENASCIDO DO
INFERNO II, Hellraiser II: Hellbound, Inglaterra 1988. Direção de Tony Randel. Com Clare
Higgins, Ashley Lawrence, Doug Bradley.
Duas jovens utilizando um cubo mágico vão ao inferno
à procura do pai de uma delas. Perseguidas pelos cenobitas, por um médico psicopata e
por uma mulher morta (a Julia do primeiro filme), enfrentam o próprio Leviatã. Barker é
o produtor executivo, mas o filme deixa um pouco a desejar em relação ao original. O
inferno é mostrado como um caos sinistro, onde o horror e o sofrimento são as principais
atrações.
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HELLRAISER III: O
INFERNO NA TERRA, Hellraiser III: Hell on Earth, Inglaterra 1992. Direção de Anthony Hickox. Com Terry
Farrell, Paula Marshall, Doug Bradley.
Barker agora traz o horror para a Terra, com direito a
uma nova galeria de monstros cenobitas. Uma repórter investiga assassinatos misteriosos
que estão acontecendo numa boate e se envolve num ritual macabro que envolve o cubo
mágico, as profundezas do inferno e o seu pai, morto durante a Segunda Grande Guerra. O
mais fraco de toda a série, até a habitual violência escatológica está mais contida.
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HELLRAISER IV,
Hellraiser IV: Bloodline, Inglaterra 1995. Direção de Alan Smithee. Com Bruce Ramsay, Doug Bradley,
Charlotte Chatton.
Pinhead reaparece num futuro distante, numa colônia
espacial onde pesquisadores realizam experiências para o governo. A série dá uma
guinada de 180 graus com este episódio: muitas coisas não fazem sentido e o horror
transformou-se em pastelão. O filme não agradou muito aos fãs e até mesmo o diretor
Kevin Yagher (mestre dos efeitos especiais) preferiu se esconder sob pseudônimo. |

Chris
& Lui
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